quarta-feira, 23 de setembro de 2009

7º e 9º ANO - Mudança na data de nossa última aula

Prezados(AS) Alunos(AS) do 7º e 9º anos,

boa tarde a todos!

Nossa última aula não será mais no dia 30 de setembro de 2009 – quarta-feira. Neste dia haverá na escola o Conselho de Classe.

Então informo a todos, e peço que divulguem para o restante da turma, que nossa aula final será no dia 29 de setembro de 2009 – terça-feira, dia que vocês deverão apresentar os trabalhos prontos para toda turma. Ou seja, todas as atividades deverão estar prontas para serem apresentadas.
 
 
Abraços a todos
 
Prof. Marcos 

domingo, 20 de setembro de 2009

7º ANO – COMPONENTES DOS GRUPOS que irão criar os BLOGS SOBRE CULTURA LOCAL

GRUPO: Os Infiltradores


COORDENADOR: Carlos Henrique
FILMAGEM E FOTOGRAFIA: Junior Barreto, Edilberto Souza
DIGITAÇÃO: Fabrício Santana, Vinicius Oliveira, Gabriel Oliveira
ENTREVISTA: Dener Ibanhez, Matheus Borges
APRESENTAÇÃO: Todos os componentes do grupo


GRUPO: Garotas da Arte Cultural


COORDENADORA: Ayza
FILMAGEM: Iasmin
FOTOGRAFIA: Cristiellyn, Kethnen
DIGITAÇÃO: Julia
ENTREVISTA: Bruna
PESQUISA: Laís, Laisy
APRESENTAÇÃO: Todos os componentes do grupo


GRUPO: Ainda não resolvido


COORDENADORA: Tania
FILMAGEM: Nicollas
FOTOGRAFIA: Tania
DIGITAÇÃO: Joyce
ENTREVISTA: Weslley
APRESENTAÇÃO: Todos os componentes do grupo


GRUPO: Equipe (66)


COORDENADORA: Camilla
FILMAGEM: Thalyta
FOTOGRAFIA: Léa
DIGITAÇÃO: Luana
ENTREVISTA: Camilla
POSTAGEM NO BLOG: Edriano Reriston
APRESENTAÇÃO: Todos os componentes do grupo

GRUPO: Caçadores de Arte


COORDENADOR: Felipe
FILMAGEM: Rodrigo
FOTOGRAFIA: Wellerson, Heverton
DIGITAÇÃO: Fernando
ENTREVISTA: Milton, Gabriel
POSTAGEM NO BLOG: Felipe
APRESENTAÇÃO: Todos os componentes do grupo


9º ANO – COMPONENTES DOS GRUPOS para realização do TEATRO PERFORMÁTICO

GRUPO: Eu, Eu Mesmo e Nós

TEXTO: O peão que viu Jesus!

TÍTULO DA PERFORMANCE: O João que viu Capeta

DIRETORA: Suzana
RETEIRISTA: Ana Cláudia
ATORES/PERFORMERS: Khamylle, Nandra, Pamella e João G.
FILMAGEM: Bruna
FOTOGRAFIA: Daíse
TRILHA SONORA: João Gabriel
EDIÇÃO – VÍDEO E IMAGEM: Filipe
EDIÇÃO – TEXTO: Karine


GRUPO: Garotas do Oxes

TEXTO: Sanga

TÍTULO DA PERFORMANCE: Ainda não divulgado

DIRETORA: Kárita
RETEIRISTA: Blenda
ATORES/PERFORMERS: Kárita, Blenda, Beirllyn, Hellen, Scarlet, Tainara, Anny, Jéssica Luanna
FILMAGEM: Bruna
FOTOGRAFIA: Johanna
TRILHA SONORA: Hellen
EDIÇÃO – VÍDEO: Carolina Borges
EDIÇÃO – TEXTO: Tainara


GRUPO: Erva da Fronteira

TEXTO: Saca Suerte

TÍTULO DA PERFORMANCE: Ainda não divulgado

DIRETOR: Rafael
RETEIRISTA: Jean
ATORES/PERFORMERS: José Luis, Leandro, Tiago, Gabriel, Daniel
FILMAGEM: Ana Claudia
FOTOGRAFIA: Mateus
TRILHA SONORA: Marcos Garibalde
EDIÇÃO – VÍDEO: Ana Claudia
EDIÇÃO – TEXTO: Marcelo Vinicius



sábado, 19 de setembro de 2009

6º, 7º, 8º e 9º ANOS - TEXTO COMPLETO SOBRE AS IMAGENS TRABALHADAS NAS AULAS


Conceição dos Bugres


IMAGEM DE DUAS DAS ESCULTURAS DE BUGRES DA ARTISTA CONCEIÇÃO DOS BUGRES 


Conceição dos Bugres é uma renomada escultora de Mato Grosso do Sul que por meio dos rápidos golpes de facão e machadinha fazia surgir da madeira bruta os "bugres de Conceição". Com profunda necessidade de fazê-los para satisfazer sua criatividade e garantir-lhe a sobrevivência, os bugres apareciam com a mesma seriedade com que ela preparava a comida ou varria o chão. A artista identificava-se com eles por sua pureza e simplicidade.

A escultora começou a trabalhar a madeira, quando um dia se pôs debaixo de uma árvore e por perto tinha uma cepa de mandioca. Esta cepa tinha cara de gente para ela. Pensou em fazer uma pessoa e a fez. Logo depois a mandioca foi secando e foi parecendo-se com uma cara de velha, ela pensou. Gostou muito e depois passou a trabalhar a madeira. Nasceu em 1914. Depois de sua morte, em 1984, seu trabalho continuou sendo realizado pelo seu marido, depois por seu filho e atualmente por seu neto Mariano.


Viola-de-cocho



VIOLA DE COCHO - TRADICIONAL INSTRUMENTO MUSICAL DE MATO GROSSO DO SUL E TAMBÉM DE MATO GROSSO 


A viola-de-cocho é um instrumento musical do grupo dos alaúdes curtos, produzida por mestres artesãos, violeiros e cururueiros. Acompanhada pelo ganzá e o tamboril ou mocho, é tocada nas rodas de cururu e siriri, em homenagem aos santos católicos ou por simples divertimento.

A produção da viola-de-cocho é uma atividade que guarda conhecimentos específicos dominados por esses artesãos. Após a escolha da madeira, corta-se o tronco em duas partes planas.

Com um molde risca-se a madeira na qual será escavada a caixa de ressonância. Uma vez entalhado o corpo do instrumento, é colado o tampo e, em seguida, são afixados o cavalete, o espelho, as cravelhas e o rastilho para que, então, sejam colocados os trastes e as cordas.

Com forma e sonoridade singulares, a viola-de-cocho possui sempre cinco ordens de cordas, denominadas prima, contra, corda do meio, canotio e resposta. São afinadas de dois modos distintos, canotio solto e canotio preso: de baixo para cima, ré, lá, mi, ré, sol; e ré, lá, mi, dó, sol.


Os Índios Kadiwéu

CERÂMICA KADIUÉU 


Os índios Cadiuéu ou Kadiuéu são descendentes dos famosos Mbaya-Guaicurus, "Índios Cavalheiros do Pantanal", famosos no passado por terem sido excelentes guerreiros. Nos conflitos escondiam-se no dorso dos cavalos para iludir os inimigos, fazendo-os crer que os animais estavam sem montaria. Destacaram-se pela tenaz resistência, imposta aos espanhóis e portugueses, em conflitos na bacia do rio Paraguai quando da colonização do Brasil.

A região em que vivem situa-se na serra da Bodoqueira, entre Bonito e Jardim, no Mato Grosso do Sul, num território de 100 mil hectares. Suas principais atividades são a criação de gado, a agricultura de subsistência, a caça, a pesca e o artesanato.

Os Cadiuéu são muito admirados pelo excelente trabalho que realizam com o barro, principalmente no que se refere à decoração das peças. Aplicam desenhos geométricos com  cores fortes - preto, vermelho, ocre, amarelo, branco, verde etc. Os corantes utilizados são naturais: minerais e vegetais da região.


IMAGEM DE UMA PINTURA DE ÍNDIOS KADIUÉU À CAVALO 

UMA REPRESENTAÇÃO PARECIDA COM A IMAGEM DA PINTURA É A ESCULTURA QUE ESTÁ LOCALIZADA NO PARQUE DAS NAÇÕES INDÍGENAS EM CAMPO GRANDE, MS 


A tarefa de modelar o barro é predominantemente feminina, como sempre acontece nas tribos indígenas.

Produzem objetos utilitários e decorativos: potes, panelas, jarros, moringas, placas e animais. Nos utensílios usados para cozer alimentos não é prática aplicar decoração.

As argilas são obtidas em diferentes jazidas da região. De algumas só se usa o barro, na forma de "engobe", para decorar as peças com cores vivas e vibrantes.

No preparo da massa misturam à argila cacos de cerâmica já queimada, bem peneirados e moídos- "chamote"- com a finalidade de diminuir a plasticidade e  melhorar a liga. Essa prática facilita o levantamento da parede da peça, sem o risco de haver desmoronamento e rachaduras e diminui o encolhimento durante a secagem e na queima. As peças, depois de prontas, são deixadas secar ao ar livre, por muitos dias, antes de serem cozidas. As queimas não são feitas em fornos e sim em fogueiras a céu aberto. A lenha preferida é de angico, bem seco, que dá fogo vivo e forte.

São muitas as variedades dos desenhos ornamentais aplicados nas peças. Os modelos são guardados como tradição familiar vinda da mãe, das avós, das tias etc. São riscos à mão livre, traçados com o auxílio de um cordão feito de gravatá, formando  sulcos na superfície da peça. São linhas retas, curvas, paralelas, degraus de escadas, espirais, ornatos em ziguezague e outras variantes.

A decoração é feita com pigmentos naturais de cores fortes. O verde é obtido de uma argila, com esta coloração, cuja jazida situa-se no meio de uma mata fechada. A tonalidade esverdeada certamente origina-se da decomposição, através dos tempos, de vegetais do local. Os tons amarelos e os brancos são obtidos de argilas encontradas na beira de córregos. O tom vermelho e o ocre obtêm-se de barro rico em óxido de ferro. O preto é obtido da resina da árvore, Pau Santo. O processo consiste em ferver, num recipiente, lascas, já secas, do tronco do vegetal. Com a ebulição da água, sobe uma resina para a superfície na forma de bolinhas, parecendo graxa. O material é então retirado, aos poucos, com um bastãozinho de madeira e introduzido num recipiente, com água fria, para endurecer. O processo vai se repetindo até que se seja formado um bastão.

As argilas usadas como pigmentos na decoração "engobes" são primeiramente limpas, retirando-se todas as impurezas. Depois são postas a secar para, em seguida, serem amassadas, moídas e peneiradas. No momento de aplicá-las na peça, elas devem  ser diluídas em água, para adquirirem uma consistência pastosa. Não são usados pincéis. Os corantes são passados com os dedos. Para que a impregnação das cores ocorra eficientemente, deve ser realizada após o término da queima, com a peça  ainda bem quente.

A primeira cor a ser aplicada é a preta, que exige uma maior quantidade de calor na peça. Faz-se passando o bastão, obtido do Pau Santo, nas áreas escolhidas. Como resultado, tem-se impressão semelhante à do verniz industrial, pois surge um tom forte e brilhante.

Os sulcos são sempre pintados de branco, tonalidade que, visualmente, melhor delimita o contraste das áreas decoradas. Exemplo: uma superfície preta é separada de uma ocre por um sulco de cor branca.

Os desenhos gráficos dos Cadiuéu influenciam bastante os trabalhos de estilistas, pintores e outros artistas de Mato Grosso do Sul. Nas lojas de Campo Grande, capital do estado, é comum encontrar os mais variados objetos ostentando símbolos artísticos dos indígenas.

Os mesmos tipos de desenhos geométricos usados na decoração das cerâmicas são aplicados na face e no corpo dos índios, homens e mulheres, nas festas e rituais.

Muito curioso é o hábito, moderno, das moças índias passarem batom nos lábios complementando, com muita beleza, suas primitivas pinturas faciais. Imprescindível para o conhecimento da cultura dos índios Cadiuéu é a leitura do livro ARTE DOS ÍNDIOS KADIUÉU, de Darcy Ribeiro.


Índios Terena
  "O primeiro passo do feitio da cerâmica pelas mulheres terena da aldeia de Cachoeirinha é a coleta do barro. São três os tipos principais de barro que estão disponíveis, em lugares diferentes da Terra Indígena Terena, classificados segundo sua cor: preto, branco, vermelho. Existe ainda uma variante mais rara, a amarela. Cada tipo de barro presta-se a uma determinada função. Com o preto  "levanta-se" a peça, ou seja, define-se sua dimensão e seu contorno. No mesmo local onde se coleta esse tipo de barro pode ser encontrado o amarelo, que costuma ser utilizado na mesma função do preto. O tipo vermelho é usado como engobo: serve para revestir a peça ainda úmida e conferir-lhe um aspecto avermelhado. Finalmente, o terceiro tipo, classificado de branco, tem aspecto acinzentado e é empregado na forma de suspensão em água, aplicado com um fino pincel sobre a peça seca, antes da queima, que faz a decoração adquirir um tom mais claro, esbranquiçado". (pg.21)

Técnicas:Cerâmica Descrição do processo técnico: "Após a coleta procede-se à limpeza do barro, quando são retiradas as pequenas impurezas: gravetos, pedras e outros resíduos. Depois de limpo, o barro cinza é então "sovado" para que sejam eliminadas da mistura as bolhas de ar, muitas vezes responsáveis pela quebra da peça durante a queima. Quando o barro está limpo, acrescenta-se o pó de cacos de cerâmica pilados e peneirados, que funciona como um elemento de controle da plasticidade da massa. Segundo informações colhidas e fontes consultadas, normalmente os cacos de peças de descarte sofrem uma nova queima para ser reaproveitados como 'antiplástico' (Godoy, A. F., 2001). Em visita à aldeia Cachoeirinha, presenciamos o preparo da mistura que é adicionada ao barro cinza limpo: os cacos de cerâmica descartada, pilados e peneirados, são lentamente adicionados à massa até que a liga esteja com a plasticidade desejada pela ceramista. Essa é a fase crítica de evitação de sal, gordura e suor, que podem contribuir para que as peças trinquem ou estourem durante a queima. Essa mistura formada com o barro preto, de aspecto acinzentado, com que se levanta a peça, é chamada pelas ceramistas de catipé". (pg. 22)

"Após adquirir seu formato final a peça é acabada e polida com uma pedrinha (seixo rolado) especialmente reservada para esse fim. Chamadas de toto-í, na língua terena, as pedrinhas são extremamente valorizdas, pois não são muito comuns na aldeia Cachoeirinha. Segundo dona Florenina, cermista terena, seus netos costumam  brincar com suas pedrinhas e, não raro, as perdem, deixandoa "muito brava". Após o polimento com a pedrinha segue-se o trabalho do engobo, quando a peça é recoberta pelo barro vermelho, utilizado em consistência mais seca, repetidas vezes, até que produza o tom buscado. Fianalmente, a peça é decorada com a mistura do barro branco. Normalmente, no caso da cerâmica utilitária, são aplicados motivos florais, pontilhados e mistos. Depois de pintadas, as peças são expostas ao sol pelo período de alguns dias até que sejam consideradas prontas para queima". (pg. 23)

"A queima da cerâmica terena é de curta duração se compararmos com outros contextos de produção. Menos suficientemente queimada. Normalmente executada em fogo alto e com lenha de fácil combustão, como cascas de árvores e arbustos ( a lenha preferida é a do angico), a queima é processada a céu aberto sobre uma trempe que pode ser de metal, lítica ou de base de cerâmica. A relativa brevidade da queima, entretanto, não compromete a qualidade da peça, como já foi aferido, o que pode ser indicador da alta qualidade da argila utilizada pelos Terena em sua cerâmica. Durante a queima as peças adquirem um aspecto escurecido que vai clareando aos poucos à medida que esfriam. O ponto ideal para a retirada da peça do fogo é indicado pelo som provocado pelo tilintar da taquara em sua superfície". (pg. 24)


PEÇA DE CERÂMICA - CHALEIRA - REALIZADA POR ÍNDIAS DA TRIBO TERENA 


Divisão do trabalho:"Falar sobre a cerâmica terena é, portanto, falar sobre a vida dos índios Terena, sobretudo a respeito da vida de suas mulheres, pois, como na maior parte dos demais povos indígenas no Brasil, o universo da cerâmica é, aqui, exclusivamente feminino, salvo na coleta da matéria-prima e, ainda assim, em determinadas ocasiões: na estação chuvosa, o barro fica mais pesado e de difícil acesso, justificando a presença masculina". (pg. 18)

Utilização:Recipiente

Apoio:"Associação das Mulheres Terena - Amiteca, com sede na ladeia Cachoeirinha". (pg. 28)

Contexto socioeconômico:"Tradicionalmente agricultores, os Terena buscam hoje a alternativa d artesanato (não só cerâmica, mas também trançados, têxteis e adornos) para a obtenção de recursos adicionais à economia de subsistência. (pg 15)

Contexto cultural: "A cerâmcia é uma das principais formas de expressão cultural inventada pelo homem no contato manual com a terra úmida, o barro. Prática tradicional que remonta ao período neolítico, espalhou-se, de modo crescente e gradativo, pelas diversas regiões do planeta. Entre os povos indígenas que vivem no Brasil, essa técnica é totlamente manual, não havendo registros da utilização do chamado 'torno de oleiro'." (pg. 16)

"Assim são produzidos diversos objetos utilitários (como potes, panelas e outros vasilhames) e rituais (como cachimbos, instrumentos musicais e adornos variados)". (pg. 17)

"Nem todos os povos indígenas do Brasil produzem cerâmica, e alguns, que tradicionalmente produziam, deixaram de fazê-lo, após o contato com a sociedade nacional. Entre alguns povos ceramistas, os objetos produzidos são de grande simplicidade, enquanto outros confeccionam peças bastante elaboradas. Destacam-se por sua cerâmica os índios Kadiwéu e Terena, de Mato Grosso do sSul; Waurá, de Mato Grosso; Karajá de Tocantins; Asurini e Parakanã, do Pará; Wai-Wai do Pará, Roraima e Amapá; Marubo, Tukano, Maku e Baniwa, do Amazonas, e outros". (pg. 17)

"Feminino por excelência, o universo da cerâmcia está também intimamente ligado ao da cozinha. As metáforas utilizadas na confecção de cerâmica estão amplamente referidas à culinária: trabalha-se a "massa" como se fosse um pão, sovando-a tirando-lhe o ar ate obter uma mistura lisa e uniforme. Porém não se imagine que tais atividades (cerâmica e culinária) sejam compatíveis entre si. Em meio às mulheres terena, "em dia que se vai fazer cerâmica não se vai para a cozinha", e essa não é uma questão meramente econômica. Na verdade, nada tem a ver com a distribuição do tempo e da dedicação a essas atividades. Trata-se de uma esécie de interdito, de uma regra de evitação, que procura isolar o barro, que será cerâmica após a queima, da ação delétrica do sal. Essa regra está expressa no aforismo "o sal é inimigo do barro"que, citado pelas mulheres terena,  traduz o sentimento de uma regra cultural que não tem fim meramente pragmático, embora se saiba, pela experiência, que a perigosa proximidade do sal com o barro faz com que as peças quebrem mais facilmente durante a queima". (pg. 18)

"Normalmente as peças podem ser retiradas do fogo assim que esse se extingue, muito embora seja frqüente o esperar até que elas esfriem por completo. Essa fase do trabalho é cercada de regras de evitação. Entre as oleiras marubo, nos momentos que antecedem o trabalho com a cerâmica não se deve comer carne de caça nem sal, para que a massa não fique  "doce", o que provocaria sua fragmentação. A alimentação restringe-se, assim, ao peixe. Os Kaingáng não admitem a presença de estranhos, e os Xukurú, de Pernambuco, asbtém-se de queimar louça na lua nova. Entre os Kayabí, as mulheres não devem falar, urinar ou defecar durante a queima, e as mulheres borôro não produzem cerâmica quando menstruadas (Lima, Tânia A., 1987: 177)". (pg. 20)

"As oleiras terena também evitam o trabalho na cerâmica quando estão menstruadas e, a exemplo do que ocorre entre os Marubo, abstém-se de comer alimentos com sal: evitam particularmente os pães. As mulheres terena, aliás, evitam qualquer atividade relacionada à cozinha, como já foi mencionado. Dizem que "o sal não pode pegar a gente"e que quando se "mexe com cozinha" tem que tomar banho antes de começar a trabalhar. Além disso, as ceramistas terena não trabalham com a confecção de peças e nem coletam barro durante a lua nova". (pg. 20)

Notas: BARBOSA, Deus Wallace de. Cerâmica terena. Rio de Janeiro: Funarte, IPHAN, CNFCP, 2003.


Morada dos Baís



FACHADAS DO PRÉDIO DA MORADO DOS BAÍS 


Construção de 1918. Inicialmente, residência de Bernardo Baís, um dos primeiros e mais importantes comerciantes da cidade. A construção foi feita por um também italiano Mathias. Em 1938, o prédio foi transformado na Pensão Pimentel, uma das primeiras referências em hospedaria da cidade, funcionando até 1979. “O madeiramento de cobertura e piso foi destruído por um incêndio em 29 de junho de 1947”. “Revitalizada em 1995 pelo Município, possui no local, um Centro de Informações Turísticas e Culturais, salas de Exposições Temporárias e o Museu Lídia Baís. “Tombada pelo patrimônio histórico municipal em 1993, abriga o acervo Lydia Bais, tombado como patrimônio histórico estadual.” (MARQUES, 2000, vol. II, p. 278-279)

Foi a residência de Lídia Baís, uma artista plástica – considerada a precursora no Estado – que trabalhou com pinturas.


Tereré


GUAMPA DE TERERÉ - UTILIZADA EM MATO GROSSO DO SUL 


O tereré (ou tererê) é uma bebida feita com a infusão da erva-mate (Ilex paraguariensis), de origem guarani. É consumida com água gelada, sucos, hortelã (Mentha arvensis), cedrón (Lippia citriodora), peperina hortelã, limão, coco (Allophyllus edulis), entre outros.

Origem

A origem do tereré data da invasão européia por castelhanos e portugueses, quando era usado pelas tribos guarani, nhandeva, kaiowá e outra etnias chaquenhas, muito antes da Guerra do Paraguai e da Guerra do Chaco (entre Paraguai e Bolívia, 1932-1935), quando as tropas começaram a beber mate frio para não acender fogos que denunciariam sua posição.

Outra versão paraguaia da origem do tereré diz respeito a mensú (escravos ervateiros do nordeste do Paraguai e da Argentina, até meados do século XX). Eles foram surpreendidos pela capangas fazendo fogo para tomar mate e seriam brutalmente torturados, por isso escolheram se alistar em fileiras do exército paraguaio, introduzindo este costume.

No entanto, crê-se que o tereré desde a invasão da América já era ingerido pelos índios Guarani e que por volta do século XVII os jesuítas aprenderam com eles as virtudes do mate (ka'a em guarani). Os mesmos jesuítas elogiavam os efeitos da erva, que dava força e vigor e matava a sede mais do que a água pura. A infusão é riquísima em cafeína, daí o poder revigorante. Segundo alguns, os índios Guarani, além de tomar mate (ou tereré) usando como bombilho (canudo para chupar a infusão) ossos de pássaros e finas taquaras (pois ainda não existiam as bombas de metal), também fumavam a folha bruta da erva-mate e usavam-na como rapé.

No Brasil, o tereré foi trazido pelos paraguaios e índios guarani e kaiowá, que passaram a pertencer ao país quando da nova definição da fronteira entre Brasil e Paraguai, anexando imensos ervais nativos ao estado do Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul. Todo ciclo brasileiro da erva-mate do tereré teve início na cidade de Ponta Porã, que faz fronteira com Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia, depois expandiu-se para outras cidades e estados. A mão de obra utilizada nos ervais era de paraguaios vitimados pela guerra e índios guarani e kaiowá no sistema de escravidão por dívidas.


Características

Diferentemente do chimarrão, que é feito com água quente, o tereré é consumido com água fria, resultando em uma bebida agradável e refrescante. Em sua produção, a erva mate utilizada no preparo do tereré difere da utilizada no chimarrão por ter de ficar em repouso por volta de oito meses, em local seco, e de ser triturada grossa depois disso. Devido ao fato das folhas serem cortadas grossas, ao contrário do chimarrão, o tereré não tem tantos problemas com o entupimento. Quando isso ocorre, geralmente é devido a uma grande quantidade de mate em pó, indicando má-qualidade da erva usada.

Guampa e bomba


CUIA DE TERERÉ TAMBÉM UTILIZADA EM MATO GROSSO DO SUL

ENQUANTO NO RIO GRANDE DO SUL ELA É UTILIZADA PELOS GAÚCHOS PARA TOMAR O CHIMARRÃO 


Tradicionalmente, o recipiente usado para servir o tereré é a guampa, fabricado com parte de um chifre de bovino, com uma das extremidades lacrada com madeira ou couro de boi, e o seu exterior revestido por verniz. Usa-se também copos de alumínio, vidro, plástico, ou canecas de louça.

A bomba é utilizada para filtrar a infusão do tereré, para que não se absorva o pó da erva triturada. As bombas são feitas normalmente de alumínio e nunca devem ser feitas de ferro por causa da oxidação, que altera o sabor da infusão. Também é possível encontrar bombas feitas de ouro, prata, alpaca e aço inox.

Tanto a bomba quanto a guampa podem ter adereços com figuras dos símbolos da família, iniciais de nome ou pedras preciosas.

Embora a palavra "guampa" seja comum em uma área em que a influência predominante é guarani, sua origem é do quíchua, em que significa "chifre". O chifre bovino é freqüentemente utilizado como recipiente em todo o Cone Sul. O chifle (uma espécie de cantil utilizado na Argentina), por exemplo, é feito de chifre de boi.

Cultura e costumes

A bebida tereré, assim como todos os aspectos a ela relacionados, é uma tradição praticamente inerente ao Paraguai, mas há variações regionais sobre a sua preparação e formas de consumo. A bebida mais consumida em Campo Grande Mato Grosso do Sul. Normalmente é consumida em rodas de amigos ao final da tarde e todos compartilham da mesma guampa. Utiliza-se, muito frequentemente, a expressão "téres" no lugar de tereré, um processo natural de apócope por que passam algumas palavras.

No Paraguai

No Paraguai o tereré tem um sentido tradicional, medicamentoso e até mesmo cerimonial. É um símbolo de amizade. O tereré com remédios refrescantes é ingerido pela manhã, enquanto o da tarde ou da noite é engolido sem qualquer adição.

Na Argentina

No nordeste argentino, é muito comum ver pessoas bebendo tereré. Isto pode ser visto especialmente em Formosa, Chaco, Corrientes, Misiones e, em menor grau, no norte da província de Santa Fe.

No Brasil

No Brasil é consumido principalmente nos Estado de Mato Grosso do Sul, por ter sido povoados pelas tribos Guaranis. Outros lugares em que também se consome tereré no Brasil são o Acre, o interior do estado de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Rondônia e Tocantins.

Curiosidades

Você Sabia

1.                   Que em processos tradicionais, para se tornar uma guampa de tereré o chifre era extraído do boi, "esvaziado", e ficava enterrado na lama por uns 15 dias para eliminar as impurezas, somente depois desse tempo é que ela estava preparada para o uso;

2.                   Que por tradição, em uma roda, deve-se servir o tereré no sentido anti-horário, devido ao movimento praticado pelos laçadores;

3.                   Que quem tem costume de tomar tereré e chamado de matoneiro, que vem da ERVA-MATE;

4.                   Que na gíria matoneira, uma rodada de tereré é chamada de gabada;

5.                   Que o nome científico da erva-mate é Ilex paraguariensis;

6.                   Que a constituição da erva do tereré é de 50% de folhas e 50% de galhos de sua própria árvore e que a do chimarrão é de 70% de folhas e 30% apenas de galhos;

7.                   Que quando você não quer mais ser servido em uma roda, basta dizer "obrigado!";

8.                   Que os peões de comitiva, principalmente no Pantanal, tomam tereré com água de rio, logo o tereré deles não é gelado e sim frio.

Músicas com tereré

O grupo sul-matogrossense Zíngaro lançou a música Roda de tereré sucesso regional e dançante.


O Ervateiro


ESCULTURA DE BARRO DO EVATEIRO COM O FEIXE DE RAÍDO NAS COSTAS


Escultura de barro feita pelo artista plástico Joel Vieira que também é presidente da Associação dos Artesãos de Amambai, que conta hoje com 24 associados e é uma entidade sem fins lucrativos, para divulgação, exposição e vendas dos produtos artesanais dos artistas de Amambaí.

Ervateiro é o nome dado ao “peão do erval” que trabalhava nas lavouras de erva-mate no Estado de Mato Grosso do Sul. E o nome Raído é dado ao feixe de erva-mate que carregava o “peão do erval”. Uma imagem regional sul-mato-grossense do “peão do erval” que se dizia conduzindo o “raído”, feixe de erva-mate. No processo de criação e preparação de um dos produtos – a erva-mate - que mais caracterizam nossa formação regional e cultural, assim metaforizando a variedade e o amarramento dos variados ramos em feixe que caracterizam o perfil cultural sul-mato-grossense.


Arquitetura de Campo Grande

  
CASARIO DA ANTIGA REDE FERROVIÁRIA DE CAMPO GRANDE - NOB
FACHADA DA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE CAMPO GRANDE - NOB. HOJE ABRIGA O ARMAZÉM CULTURAL
 FACHADA DA MORADA DOS BAÍS

FOTOGRAFIA DO RELÓGIO DA AFONSO PENA À NOITE



Estação da NOB – “Inaugurada em 14 de outubro de 1914, a estação ferroviária da NOB faz parte da história do desenvolvimento da cidade. A linha, que parte de Bauru e interliga os estados de São Paulo, e Mato Grosso, chegou à cidade em 28 de maio de 1914 e foi baseada no traçado proposto, em 1905, pelo engenheiro Émile Armand Schonoor”. Atualmente funciona no espaço da Estação o Armazém Cultural – espaço para promoção de eventos culturais e comerciais – mantido pela Prefeitura Municipal de Campo Grande. E ao lado, na extensão dos trilhos da rede, funciona a Feira Central da cidade de Campo Grande.

O conjunto arquitetônico – o Casario da antiga vila ferroviária – foi sendo erguido ao decorrer dos anos da implantação da rede da NOB para abrigar os funcionários da mesma.


REFERÊNCIAS

Casario da Antiga Vila Ferroviária: Disponível em: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=781908 – acesso em: 23 de agosto de 2009.

Cerâmica Kadiwéu: Disponível em: http://www.iande.art.br/ceramica/diversosindigenas/kadiweucumbuca050605a.htm – acesso em: 23 de agosto de 2009.

Cerâmica Terena: Disponível em: http://www.acasa.org.br/arquivo_objeto.php?reg_mv=OB-00573 – acesso em: 23 de agosto de 2009.

Conceição dos Bugres: Disponível em: http://www.cee.ms.gov.br/index.php?templat=vis&site=163&id_comp=1068&id_reg=25814&voltar=home&site_reg=136&id_comp_orig=1685 – acesso em: 23 de agosto de 2009.

Fachada do Prédio da Antiga Estação Ferroviária: Disponível em: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=781908 – acesso em: 23 de agosto de 2009.

Índio kadiwéu a cavalo: Disponível em: http://www.guerras.brasilescola.com/seculo-xvi-xix/os-kadiweu-guerra-paraguai.htm – acesso em: 23 de agosto de 2009.

MARQUES, Rubens Moraes da Costa. Trilogia do patrimônio histórico e cultural sul-mato-grossense. 3v. Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2000.

Morada dos Baís: Disponível em: http://www.panoramio.com/photo/16128776 e http://www.bezerrodeouro.com.br/informacoes_turisticas.php – acesso em: 23 de agosto de 2009.

Relógio da Afonso Pena: Disponível em: http://www.panoramio.com/photo/16980900 – acesso em: 23 de agosto de 2009.

Terere: Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Terer%C3%A9 – acesso em: 23 de agosto de 2009.

Viola-de-cocho: Disponível em: http://www.cnfcp.gov.br/interna.php?ID_Secao=111 – acesso em: 23 de agosto de 2009.
Wandeck, Renato. Cerâmica cadiuéu. Pesquisa,texto e fotos. Disponível em: http://www.ceramicanorio.com/artepopular/cadiueu/cadiueu.htm – acesso em: 05 de setembro de 2009. 







7º ANO - Questionário para a entrevista como o artista



Escola Estadual Professor Henrique Ciryllo Correa

Disciplina – Artes – Professor-Estagiário – Marcos Antônio de Oliveira

Aluno:______________________________________Série:__________Data:___/___/___

OBS: Faça a entrevista com um adulto que desenvolva uma atividade artística: pai, mãe, tio, tia, vizinho, amigo, amiga, etc.



1 – Conhecendo o artista/entrevistado:

Qual o dele:___________________________________________________________________________



O artista tem parentesco com você?________________________________________________________



Onde ele nasceu?_______________________________________________________________________



2 – Em que bairro mora o artista/entrevistado?

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3 – Qual a atividade artística do artista/entrevistado?

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4 – Quais os materiais utilizados pelo artista/entrevistado para realizar suas obras?

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5 – Em quem ou em que o artista/entrevistado se inspira para realizar suas obras?

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6 – O artista/entrevistado acha que suas obras fazem parte da cultura local sul-mato-grossense? Por quê?

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7 – O artista/entrevistado tem apoio de algum órgão do governo ou da prefeitura? Qual?

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8 – As obras do artista/entrevistado têm traço de alguma cultura das nacionalidades que hoje formam a cultura sul-mato-grossense? Qual nacionalidade?

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9 – O que o artista/entrevista acha que deveria ser ensinado na escola nas aulas de Artes?

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10 – O artista entrevistado acha que o ensino de Artes nas escolas públicas é fundamental? Por quê?

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Agradeça ao artista/entrevistado pela entrevista.